Netflix usa inteligência artificial generativa pela primeira vez em produção original

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A Netflix revelou que utilizou inteligência artificial generativa na produção da série argentina “O Eternauta”, baseada em uma popular história em quadrinhos de ficção científica.

Segundo o co-CEO Ted Sarandos, a tecnologia foi empregada para criar uma cena de colapso de prédio em Buenos Aires, algo que, de acordo com ele, não seria financeiramente viável com efeitos visuais tradicionais. Durante a teleconferência de resultados trimestrais, Sarandos destacou que a sequência feita com IA foi concluída “dez vezes mais rápido” do que com ferramentas convencionais de VFX. Ele afirmou que criadores, equipe e público ficaram “empolgados com o resultado”, e que a IA está ajudando a expandir as possibilidades criativas nas produções.

Sarandos já havia citado anteriormente o uso de IA no filme Pedro Páramo, dirigido por Rodrigo Prieto, como alternativa mais barata para rejuvenescimento de personagens — o que, em O Irlandês, de Martin Scorsese, custou muito mais. Ainda que o tema siga controverso em Hollywood, especialmente após as greves de atores e roteiristas em 2023, o executivo defendeu que a tecnologia pode ser um verdadeiro diferencial para a indústria. Outro exemplo recente do uso de IA no cinema foi revelado por Dávid Jancsó, editor do filme The Brutalist, que usou inteligência artificial para aprimorar os sotaques húngaros dos atores Adrien Brody e Felicity Jones.

O longa recebeu dez indicações ao Oscar e deu a Brody a estatueta de Melhor Ator.

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