Apenas 27% das jovens mulheres confiam na IA para gerenciar finanças pessoais, aponta pesquisa da Serasa

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A Serasa divulgou uma pesquisa que revela como jovens brasileiras da geração Z estão utilizando (ou deixando de utilizar) a inteligência artificial (IA) em suas finanças pessoais. O estudo, realizado em parceria com o Instituto Opinion Box, mostra que apenas 27% das mulheres até 29 anos confiam na IA para gerir seu dinheiro.
A pesquisa ouviu 1.666 mulheres nascidas entre 1996 e 2007 e identificou que, apesar do potencial da tecnologia, seu uso ainda é tímido entre esse público. Cerca de 15% dessas mulheres já utilizam IA para obter renda extra, e 11% a utilizam para tomar decisões sobre investimentos. Os dados refletem um movimento emergente de adoção, mas também evidenciam barreiras importantes a serem superadas. Em comparação com os homens da mesma faixa etária, o cenário é ainda mais desigual: 34% deles confiam na IA para administrar finanças, contra os 27% das mulheres.
Esse gap de 7 pontos percentuais evidencia que a confiança ainda é um dos principais obstáculos enfrentados pelas mulheres quando se trata de utilizar tecnologia para lidar com o próprio dinheiro. Segundo Lia Bandeira, líder de Data Science e Inteligência Artificial da Serasa, o baixo engajamento feminino está relacionado à falta de referências e incentivo: "Com o apoio de mulheres que chegaram antes e observando outras como referência, consegui avançar", afirma. A fala reforça a importância de criar ambientes onde mulheres se sintam representadas e seguras para explorar o uso de tecnologias emergentes.
Apesar das dificuldades, o estudo traz sinais promissores: quase metade das entrevistadas enxerga a IA como uma aliada em potencial para a organização financeira no futuro, o que abre espaço para crescimento, desde que haja educação digital acessível e incentivo ao uso consciente. A pesquisa também oferece recomendações práticas para quem deseja começar a usar IA nas finanças pessoais: * Escolher ferramentas confiáveis e com políticas de privacidade claras; * Usar a IA como suporte, não como substituta de decisões; * Buscar educação financeira contínua; * Começar com funções simples, como controle de gastos e cálculo de metas. Lia Bandeira reforça que, com ou sem IA, organizar as finanças deve ser um hábito desde o início da vida profissional. Para a geração Z, que está ingressando no mercado de trabalho, isso pode ser decisivo para construir uma trajetória financeira mais estável e saudável.

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